Brasília (17/12/2014) — A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, apresentou na tarde desta quarta-feira (17) as novas Listas Nacionais de Espécies Ameaçadas de Extinção. O anúncio aconteceu no auditório do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em Brasília. Na ocasião, foram divulgadas a Lista de Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção, produzida pelo Jardim Botânico do Rio de Janeiro, e a Lista de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção, elaborada pelo ICMBio.
Durante o evento, a ministra assinou duas Portarias que formalizam as listas de espécies ameaçadas. "Esse é um dos momentos mais importantes da minha gestão. Houve uma mudança de postura institucional diante das espécies ameaçadas a partir do Programa Pró-Espécies, que se tornou uma referência", frisou Izabella.
O presidente do ICMBio, Roberto Vizentin, destacou as parcerias do estudo: "Ao todo, 1.383 especialistas da comunidade científica de mais de 200 instituições estiveram envolvidos nesse processo. Com a lista pronta, temos uma melhor condição para definir ações de proteção da fauna", afirma.
Dentre os dados apresentados, destacam-se as 170 espécies da fauna que saíram da lista de animais ameaçados de extinção, a exemplo da baleia-jubarte (Megaptera novaeangliae) e da arara-azul-grande (Anodorhynchus hyacinthinus), que tiveram suas populações recuperadas. De acordo com as pesquisas, alguns fatores contribuíram para esse quadro: espécies extintas reencontradas, ampliação do conhecimento sobre as espécies e aumento populacional ou de proteção do habitat. Conduzido pela Coordenação Geral de Manejo para Conservação do ICMBio, o mapeamento da fauna brasileira é resultado de um processo contínuo de trabalho, iniciado em 2009. Tendo como base a metodologia adotada pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), foram realizadas 73 oficinas de avaliação, seguidas da edição das informações coletadas e da etapa de validação dos métodos aplicados.
Os pesquisadores incluíram 720 novas espécies na lista, totalizando 1.173 espécies ameaçadas, que se subdividem em três categorias: Criticamente em Perigo (CR), Em Perigo (EN) e Vulnerável (VU). Houve um aumento em relação às avaliações anteriores, realizadas em 2003 e 2004, que contabilizaram 627 espécies ameaçadas. Naquele momento, entretanto, o universo contemplado era bastante reduzido – apenas 1.137 espécies foram analisadas.
Além do diretor Marcelo Marcelino, acompanharam a ministra durante a apresentação o presidente do ICMBio, Roberto Vizentin; o secretário de Biodiversidade e Florestas do MMA, Roberto Cavalcanti; o coordenador do Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora) do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Gustavo Martinelli – que apresentou dados sobre a flora brasileira e a diretora do Departamento de Florestas do MMA, Giovanna Palazzi – que apresentou a situação dos peixes e invertebrados aquáticos.
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